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terça-feira, 4 de junho de 2013

Riscos em cosméticos e produtos de beleza

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal Perfumaria e Cosméticos aponta que cerca de 79% das mulheres brasileiras usam algum produto de beleza diariamente e que o faturamento do setor foi de 85 milhões em 2012. A cada momento surgem novos cosméticos, com aprimoramento de suas qualidades: produtos de maquiagem de duração prolongada, shampoos que lavam a seco, esmaltes holográficos, glitters, cremes rejuvenescedores milagrosos, desodorantes de longa duração, hidratantes, protetores solares, entre outros. 

Contudo, nem tudo são flores neste segmento: uma pesquisa recente da Unicamp chamou a atenção para substâncias presentes em cosméticos capazes de provocar alergia.  As empresas argumentam que não são substâncias proibidas e que obedecem as normas da Anvisa 

Os pesquisadores dão importantes alertas: 
- Esmaltes: 3 dos 9 esmaltes investigados continham taxas elevadas de sudam III, corante que pode ser cancerígeno. Substâncias como nitrotolueno, tolueno, formaldeído, dibutil ftalato presentes em esmaltes de unhas podem causar alergia.

 - Batons: oxidaram, ou seja, perderam suas propriedades, antes do fim do prazo de validade, provavelmente devido ao contato com a saliva. Recentemente a Universidade da Califórnia divulgou uma pesquisa em que de 32 batons e gloss do mercado americano continham chumbo em quantidade acima do permitido na legislação. Em 10 marcas havia excesso de cromo, além de manganês, titânio e alumínio. A Anvisa em seu site, esclarece que o chumbo não é mais utilizado em batons brasileiros mas que a substância pode aparecer como contaminante no limite máximo de 20ppm (partes por milhão)  

- Lápis de olhos: podem causar irritação, infecção e alergia 

- Hidratantes: evitar aqueles que contenham ftalato 

- Protetores solares: a maioria já retirou o ácido para-aminobenzóico (PABA), mas muitos ainda contém benzofenona 3, que pode causar alergia em pessoas suscetíveis. 

- Xampus – evitar aqueles contendo metildibromo glutaronitrilo, que pode provocar alergia, em especial nas crianças. Cita-se também a Cocamidopropyl betaina, presente não somente em shampoos,como também em alguns tipos de sabonetes líquidos, gel barba, produtos de limpeza para lentes de contato e demaquilantes. 

- Tinturas de cabelo – podem provocar alergia em especial pela presença da substãncia parafenilenodiamina e seus derivados. Infelizmente a maioria das tintas contém esta substância, usada em sua fixação. Mas, outras substâncias contidas nas tinturas de cabelo podem provocar alergia. Além disso, deve-se preferir produtos sem amônia , cujo cheiro ativo pode trazer desconforto e agravar alergias respiratórias. 

- Fragrâncias – encontradas em perfumes, mas também em qualquer cosmético perfumado e são os principais alérgenos em cosméticos. Cerca de 1 a 4% da população tem alergia a fragrâncias. 

 - Desodorantes: fragrâncias, propilenoglicol e parabenos podem causar alergia. 

- Lenços umedecidos podem provocar dermatite alérgica por sensibilidade à substância Metilisotiazolinona, eleita "alérgeno do ano" em 2013 pela Sociedade Americana de Dermatite de Contato.

 Dificuldades: 
- Rótulos não são claros e muitas vezes o nome da substância é substituído por códigos . Por exemplo, o Sudam 3 tem identificação em rótulo como CI26000 ou Solvent Red 23. 
- Rótulos divulgam a composição, mas não a quantidade da substância usada no produto. 
- Alguns rótulos usam letras mínimas que dificultam a leitura. 
- Os fabricantes recomendam que seja feito um teste de sensbilidade, aplicando o cosmético em uma pequena área da pele antes do uso, antes de usar normalmente. Mas, vale ressaltar que a alergia não surge da primeira vez e sim com o passar do tempo. O teste é válido para identificar as substâncias às quais a pessoa já é sensível, mas não prevê o aparecimento de novas sensibilizações. 

Dicas: 
- Use produtos de qualidade, certificados pela Anvisa. 
- Cosméticos infantis obedecem legislação própria. 
- Guarde em local seco e protegido do sol. 
- Obedeça o prazo de validade. Não use se o produto mudar a coloração, cheiro ou textura. 
 - Evite compartilhar maquiagem, esmaltes ou outros produtos de beleza. 
- Prefira produtos hipoalergênicos e naturais. Leia atentamente os rótulos 

Se persistirem dúvidas, procure um médico especialista em Alergia para uma orientação segura e adequada. O teste de contato pode ser útil na identificação da substância causadora da alergia. Se a pessoa sabe qual é o alérgeno, deve ler os rótulos e evitar seu uso. O site da ASBAI (WWW.sbai.org.br) oferece um setor “Localize um especialista”, onde basta digitar o Estado, a cidade e abrirá uma lista com os nomes de alergistas na localidade desejada.

Fonte..:: Blog da Alergia